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Quando a Política Endurece o Coração: Uma Reflexão sobre Compaixão e Humanidade

  • Foto do escritor: Marcos Santana
    Marcos Santana
  • 26 de jun.
  • 4 min de leitura
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Post de Juliana Marins

A notícia da morte de Juliana Marins, a brasileira que perdeu a vida escalando um vulcão na Indonésia, deveria nos levar a um momento de luto e reflexão. Infelizmente, o que vimos nas redes sociais foi algo que nos envergonha como comunidade cristã: pessoas celebrando a morte de uma jovem por causa de suas posições ideológicas reveladas em uma foto.

Como seguidores de Cristo, precisamos fazer uma pausa e refletir profundamente sobre o que está acontecendo em nossos corações quando permitimos que a política, ou qualquer outro tema, nos torne insensíveis à dor humana. Este momento nos convida a examinar nossos princípios à luz da Palavra de Deus.


O Valor Sagrado da Vida Humana

A Bíblia é clara desde o primeiro livro: "Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou" (Gênesis 1:27). Cada pessoa que nasce neste mundo carrega em si a imagem do Criador. Isso significa que Juliana, independentemente de suas convicções políticas, era uma imagem e semelhança de Deus.

Quando Jesus foi questionado sobre qual era o maior mandamento, Ele respondeu com amor: amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-39). Nosso "próximo" não é apenas quem concorda conosco em uma idéia. É todo ser humano que cruza nosso caminho, mesmo que seja apenas através de uma tela de celular.

A vida de uma pessoa jamais deve ser motivo de celebração quando se perde, especialmente por questões que, aos olhos de Deus, são temporais e passageiras. Nossas diferenças políticas não deveriam apagar nossa humanidade e nossa essência.


Cristo nos Chamou para Sermos Diferentes do Mundo

"Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente" (Romanos 12:2). O cristianismo não nos chama para sermos mais uma voz no coro da intolerância que ecoa pelas redes sociais. Somos chamados para sermos sal e luz em um mundo que muitas vezes escolhe o ódio.

Jesus teve oportunidades de se posicionar politicamente de forma radical. Quando os fariseus tentaram armá-lo com a questão sobre pagar impostos a César, Ele respondeu com sabedoria que transcendia a política: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Mateus 22:21). Cristo nos ensina que nossa identidade não deve estar fundamentada em posições políticas, mas em nossa relação com o Pai.

O apóstolo Paulo nos lembra que "a nossa luta não é contra carne e sangue" (Efésios 6:12). Quando transformamos pessoas com opiniões diferentes em inimigos a serem celebrados em sua morte, perdemos de vista quem é nosso verdadeiro adversário: o pecado que habita em todos nós e nos separa do amor de Deus.


O Perigo da Política como Ídolo

Existe um perigo sutil mas real quando nossas convicções políticas se tornam mais importantes que os mandamentos de Cristo. Quando nossa identidade política supera nossa identidade cristã, caímos na idolatria. A política passa a ser nosso deus, ditando como devemos tratar as pessoas e quando devemos mostrar compaixão.

Jesus foi categórico: "Pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:16). Se nosso fruto como cristãos inclui celebrar a morte de pessoas que pensam diferente de nós, precisamos urgentemente examinar a árvore do nosso coração. Algo está profundamente errado quando nossa fé produz indiferença diante da dor humana.

O profeta Miquéias nos lembra do que Deus realmente requer de nós: "Que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Miquéias 6:8). Onde está nossa misericórdia quando comemoramos tragédias? Onde está nossa humildade quando nos colocamos como juízes da vida e morte de outros?


A Compaixão como Marca do Cristão Autêntico

Jesus chorou diante da morte de Lázaro, mesmo sabendo que o ressuscitaria (João 11:35). Ele nos ensinou que a compaixão não é fraqueza, mas a manifestação mais clara do caráter divino. Quando perdemos nossa capacidade de nos entristecer com a dor alheia, perdemos parte da imagem de Deus em nós.

O Bom Samaritano não perguntou sobre as convicções políticas do homem ferido antes de ajudá-lo (Lucas 10:25-37). Ele viu a necessidade humana e respondeu com amor prático. Esta parábola nos desafia: quantas vezes passamos ao lado da dor humana porque a pessoa ferida não faz parte do nosso "grupo"?

Paulo nos exorta: "Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram" (Romanos 12:15). Isso não vem com exceções políticas. Quando uma família perde um ente querido, nossa resposta cristã deve ser de solidariedade, não de júbilo.


Quando a Política Endurece o Coração: Voltando ao Coração do Evangelho

A morte de Juliana Marins nos confronta com uma pergunta fundamental: que tipo de cristãos estamos nos tornando? Se nossa fé não consegue produzir compaixão diante da morte de uma jovem brasileira, precisamos urgentemente reavaliar se estamos seguindo a Jesus Cristo ou a ídolos políticos disfarçados de convicções cristãs.

O evangelho não é sobre esquerda ou direita, é sobre o alto e o baixo - sobre como Deus desceu até nós em Cristo para nos elevar à Sua presença. É sobre como o amor de Deus alcança até mesmo aqueles que consideramos nossos "inimigos políticos". É sobre transformação de coração, não sobre confirmação de nossas preferências partidárias.

Que possamos usar este momento não para justificar nossa frieza, mas para permitir que o Espírito Santo amoleça nossos corações endurecidos pela polarização. Que possamos lembrar que, antes de sermos conservadores ou progressistas, somos filhos de Deus chamados para refletir Seu amor incondicional em um mundo sedento de compaixão genuína.

A família de Juliana está de luto. Amigos estão sofrendo. Uma vida foi perdida. Nossa resposta como cristãos deve honrar aquele que nos chamou para sermos conhecidos pelo amor que temos uns pelos outros - não pela política que defendemos, mas pelo Cristo que seguimos.

Que Deus nos perdoe por quando permitimos que nossas convicções movidas por "regras" ditadas por homens desse mundo se tornem mais importantes que nossa fé, e que Ele nos dê corações que batem no ritmo da compaixão divina.


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Deus o abençoe!

Marcos

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